sábado, 10 de março de 2012


Arrisco. Não me arrisco.
Fico ou corro.
Me entrego ou minto.
Luto ou me reprimo.
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domingo, 4 de março de 2012

Dos Prazeres de Diana.

    Algumas pessoas não gostam de comer coração, sangue ou moelas de galinha, por exemplo. Eu mesma, além das galinhas, gosto bastante das tripas e do bucho na buchada. Gosto também de uma leve gordura na carne de charque. Parece que gosto de sentir na boca o gosto da carne e do sangue de um animal que morreu para ser meu alimento. E quando alguém vem e diz que não gosta de comer coração de galinha, eu gostaria de dizer outra coisa, mas não consigo... Quando alguém vem e diz que não devemos comer a galinha e seu sangue, eu gostaria de ter dito:


   "- Claro que devemos comê-la, é preciso não esquecer e respeitar a violência que temos. As pequenas violências nos salvam das grandes. Quem sabe, se não comêssemos os bichos, comeríamos gente com seu sangue. Nossa vida é truculenta, Loreley: nasce-se com sangue e com sangue corta-se para sempre a possibilidade de união perfeita: o cordão umbilical. E muitos morrem com sangue derramado por dentro ou por fora. É preciso acreditar no sangue como parte importante da vida. A truculência é amor também."

Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres de Clarice L.